segunda-feira, 12 de abril de 2010

Madrugadas Tragicômicas

Meu amado sofre (também) do Mal de Parkinson. A doença já está num estágio avançado. Não sei se por ela ou por efeito colateral do remédio, ou porque o sonambulismo da juventude voltou de uma forma diferente, as nossas madrugadas são agitadas. Vou contar o roteiro da noite que passou. Pouco depois das três horas ele me acorda e diz carinhosamente: -Bom dia, meu amor! Como tenho dificuldade em recuperar o sono, ainda estou acordada, quando novamente sou tocada e ouço: -Boa noite, meu amor! Um pouco mais tarde e já insone, ouço a pergunta: -Hoje é segunda ou terça? Respondo: -É segunda, meu bem! Daí a pouco ele me pede para fazer "conchinha", um hábito que cultivamos durante todos esses mais de trinta anos, mas de manhã, não às quatro e pouco da madrugada. Me encaixo, e enquanto ele ressona e balbucia, eu espero o dia amanhecer e faço o *jogo do contente*; que bom que ele está vivo para fazer isso! Depois do almoço eu durmo!

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