quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A Fé

Os líderes religiosos insistem num requisito essencial aos seus discípulos que é a fé. Ela tem tanta importância que deveria ser o primeiro mandamento de todas as religiões do mundo. E tem que ser inabalável, já que a dúvida ou a descrença são inaceitáveis. Se o religioso começa a questionar significa que abriu uma brecha para o mal e pecou seriamente contra seu deus. Provavelmente será castigado por isso, aqui na terra ou no fogo do inferno. As religiões são implacáveis com a falta de fé em seus pressupostos. E porque isso? Muito simples, a fé é a coluna de sustentação de todas as religiões, pois tudo aquilo que vai contra a lógica e o bom senso tem que ter um limbo para se justificar e esse limbo chama-se fé. Ali tudo pode ser colocado como verdadeiro e a pessoa não se sente idiota por acreditar, porque está escudado pela fé. Alguém disse que o questionamento não é o demônio nos tentando, é apenas nossa mente querendo nos libertar.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Valentína, a redenção.

Depois de tanto tempo de postagens tristes e depressivas, hoje venho postar a felicidade plena. O ano de 2015 prometeu e tornou-se o mais feliz de minha vida. Em 10 de abril minha filha casou-se com um rapaz maravilhoso, o genro desejado por todas as mães de bom senso. No dia 04 de setembro nasceu a minha neta Valentína Rojková, uma menininha linda e de saúde perfeita. E para coroar, nasceu na cidade que mais amo, num país de contos de fadas. Venho de lá onde fui assistir ao nascimento e voltei morrendo de saudades, mas ao mesmo tempo felicíssima e tranquila com tudo que vi. Minha filha tem um marido amoroso, participativo ao extremo, e, se não bastasse possui duas gatinhas lindas, que completam o que verdadeiramente pode se chamar um lar. Tudo que eu mais desejava no mundo era a felicidade dela. Agora não tenho mais nada a querer, a não ser um resto de vida sereno. Estou muito feliz.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Duas Visões do Mesmo Fato

Um coração falou para um umbigo: "-Acho que você não me ama." O umbigo fez cara de desdém e respondeu: "-Como você é inseguro! acha que não merece ser amado por ninguém." "-Não querido, você não entendeu, o problema não é comigo, eu apenas acho que você não consegue amar ninguém" finalizou o coração, talvez orientado pelo cérebro.

domingo, 12 de julho de 2015

Colheita

Esta é uma lei que nunca aceitei. Até agora. As religiões me convenceram que basta plantar o bem para colher o bem. E eu me desesperava por colher tantos espinhos, uma seara imensa de joio. Não entendia porque vivia tentando seguir a trilha do bem e meus resultados eram quase sempre ruins. Se a lei era tão simples, por que comigo não dava certo? Eu me conheço melhor que ninguém, tenho discernimento para avaliar meus atos. Muitas pessoas corroboravam minha certeza de que meus atos eram bons e até se admiravam quando descobriam certas atitudes minhas. No entanto eu sofria mais do que seria lógico. Até que recentemente descobri que nunca me mostraram o outro lado e minha ignorância não me permitia entender que eu não poderia jamais saber o que é bom, simplesmente porque parecia ser. Entendi que a palavra chave é SABEDORIA. Imaginar que algum comportamento meu daria resultados bons era pura prepotência, pois uma bela embalagem necessariamente não traz um bom conteúdo, o doce que acho delicioso pode matar uma pessoa alérgica, o peso que consigo carregar com facilidade e alegria pode ser demasiado e desagradável para outro. Tomei atitudes que 99% das pessoas acham maravilhosas, mas que se mostraram prejudiciais a todos os envolvidos. Não dei a elas o direito de escolha, porque nunca me passou pela cabeça que haveria desdobramentos desagradáveis. Por isso cheguei à conclusão que é verdade, colhemos o que plantamos, mas isso não significa que tenhamos plantado o mal. As consequências são imprevisíveis, para os bons e maus atos. Só precisamos ter SABEDORIA para às vezes deixar de lado o que parece bom e  acatar o que parece ruim.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Finalmente feliz

Quando eu era criança,  olhava para o futuro e tinha a felicidade como coisa certa. Depois comecei a achar que com boas ações, fé em deus, muita oração e planejamento, com certeza eu a teria. Como me enganei!  Desperdicei quase toda a minha vida nadando contra a maré, certa de que teria uma velhice tranquila ao lado do homem com quem me casei, cercada de filhas, genros e netos. Afinal eu tinha feito tudo certinho, achava que o fim seria uma consequência natural. Mas fui vendo tudo escorrer por entre meus dedos, por mais que eu tentasse não conseguia segurar. Fui perdendo tudo que eu achava essencial para minha felicidade, só restando eu e minha filha, nesse mundo tão grande. Nós duas havíamos nos despido de nossos sonhos e achávamos que agora que ela não acreditava mais e eu já anoitecia, tornava-se impossível qualquer coisa. De uma hora pra outra tudo virou do avesso e as coisas começaram a mudar. Parece que a vida resolveu me dar a experimentar o gosto da felicidade. Minha filha casou-se, me deu um filho como genro e está gestando uma netinha mais do que esperada. Demorei alguns meses para acreditar no que está acontecendo e ainda hoje me pego pensando que é tudo  parte de um sonho, mais uma peça que a vida está me pregando. Meu corpo não me castiga mais com inúmeras dores, nossa pequena família se ama muito, finalmente estou muito feliz. E o gosto dessa felicidade de raspa de tacho é a coisa mais deliciosa do mundo.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Agnóstica ou Ateia?

Teísmo agnóstico é o ponto de vista filosófico, que engloba ambos, o teísmo e o agnosticismo. Um agnóstico teísta acredita na existência de pelo menos uma divindade, mas diz respeito à base desta proposição como "algo desconhecido ou inerentemente incognoscível".
Como cheguei ao agnosticismo: meus pais me levavam à Igreja Presbiteriana ao mesmo tempo que me colocaram num colégio católico. Pelo raciocínio lógico, muito precocemente vi a impossibilidade da existência de papai noel, então logo comecei a questionar os mitos religiosos. Quanto mais crescia e me informava, mais confirmava minhas idéias. Tentei seguir o rebanho e o que encontrei de mais aceitável em determinada época foi o espiritismo. Mas à medida que fazia cursos lá dentro (O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Espíritos e Mediunidade), mais percebia incoerências. Com a idade adquiri confiança suficiente para abraçar aquilo em que eu acredito: o teísmo agnóstico. Mas os outros não permitem que eu seja aquilo que acredito. Nunca tentei impor minhas idéias em conversas, prefiro me calar e até aceito convites para rituais religiosos, silencio quando ouço coisas que considero absurdas, comporto-me respeitosamente e da mesma forma aceito participar de orações. Mas a maioria das pessoas não aceita isso e começa a me questionar e tentar impor comportamentos. Tergiverso para não criar atritos, mas elas insistem, até que digo a verdade. Então o mundo cai e chovem acusações, olhares atravessados e até afastamentos. No entanto passo o tempo todo ouvindo as manifestações religiosas alheias e fico calada, respeito o estágio de cada um. Só quero que tentem entender que quando ouço ou leio certas coisas como uma adolescente virgem ser engravidada por um anjo, ou Deus fazer a mulher da costela de um homem, isso me soa tão sem sentido quanto uma criança me dizer que tem um bicho- papão dentro do guarda- roupas. Sou má por causa disso? Sou louca? Só quero e exijo que respeitem a minha crença.