segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Meu Filho

Se eu tivesse um filho, ele seria muito amado por todas as mulheres de sua vida. Até pela sogra ele seria. Porque desde pequenino eu ensinaria a ele a honra de nascer, ser educado, criado e amado por essas criaturas angelicais, repletas de abnegação, ternura e altruísmo. Eu o ensinaria que embora donas de uma força descomunal elas são frágeis. Eu o ensinaria a protegê-las e amá-las muito, a estar atento a seus sofrimentos físicos e emocionais, a tratar suas feridas e fraquezas com carinho e compreensão. Eu o ensinaria a respeitá-las acima de tudo e lhe diria que nunca, nem mesmo a mulher mais degradada socialmente, poderia ser  chamasse de louca, de idiota, ser mandada calar a boca com grosseria e olhos de inimigo raivoso. Se eu tivesse um filho ele seria o homem mais feliz do mundo, porque mulheres são assim; dão muito quando pouco recebem e dão o paraíso a quem as ama de verdade.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Fobia de Vestido de Noiva

Diz a lenda que toda menina ou moça sonha em casar-se vestida de noiva. Não eu. Na minha época e no meu meio era obrigatório, o que me levou a pensar seriamente em ficar solteira para sempre, só para evitar o ritual do casamento religioso. Pensar em entrar numa igreja cheia, com todos os olhares voltados para mim, de sapato de salto, vestido comprido, fantasiada, causava-me pesadelos. Tinha certeza absoluta que ia tropeçar no salto, me enroscar na barra do vestido, cair estatelada no centro da passarela e ainda quebrar o nariz. Transpirava só em pensar. Não sei se já contei aqui, mas meu falecido marido me pediu em casamento sem que fôssemos namorados. Antes de considerar o inusitado da situação, perguntei logo se ele fazia questão de casamento religioso. Ele disse que pelo contrário, achava a situação estressante e ficaria feliz em casar só no civil. Nessa hora eu tirei milhares de anos de peso das costas e disse sim.