sábado, 5 de agosto de 2017

O Tornado

Muito antes do tornado chegar a bruxa antiga já o esperava. Analisando os animais (cordeiros), as nuvens e os ventos ela sabia que ele seria o maior de todos. Tinha um excelente abrigo que já havia resistido a tornados menores e agora fora reforçado. Avisou a todos que conhecia e teve recomendações especiais a quem ela havia acolhido para ser seu braço direito. Distribuiu tarefas preventivas para que quando tivessem que fechar a porta tudo estivesse pronto e todos fossem ajuda e não estorvo. Mas ele preferiu se divertir e gastar desnecessáriamente os mantimentos ao invés de ajudar. E como se não fosse bastante ainda criticava e atrapalhava os que trabalhavam. Já enxergando as nuvens carregadas no horizonte a bruxa mostrou-as para ele e disse que logo teria que fechar a porta e depois de fechada ela não mais se abriria, portanto ela lhe daria uma última chance para tornar-se útil ou procurar outro abrigo. Ele nem se deu ao trabalho de responder e mostrou-se mais irritante. Foi convidado a retirar-se para alívio de todos que com ela estavam, mas mesmo assim ela deu-lhe mantimentos para a viagem. Agora que ela fechou a porta e ele sente a força do tornado insiste para que ela abra a porta porque ele não tem onde ir. Só que ela aprendeu que não é responsável por quem pode cuidar de si mesmo e nem deve trazer para perto de si aqueles que não acrescentam. A fábula da cigarra e da formiga tornou-se metáfora.

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