sábado, 14 de maio de 2011

Até Quando?



Até quando terei que esperar para viver? Quando poderei fechar a porta atrás de mim e abandonar o passado com suas inúmeras dores e curar as feridas? Não consigo contar todos os sofrimentos, porque são inúmeros e inacreditáveis. São tantos, que meu cérebro em sua sabedoria, tirou-os de minha memória, para que eu os resgatasse aos poucos quando estivesse preparada para não enlouquecer. Mesmo assim, eu só pensava em morrer. Antes de dormir meu último desejo era não acordar. Minha mente estava o tempo todo forjando planos infalíveis de suicídio, mas depois de bem repassados, descobria uma falha que poderia me deixar viva e em piores condições. Então eu achava que descobria outra forma e começava a sonhar com ela, aquela que finalmente tiraria aquela dor monstruosa que me consumia. Os braços da morte me pareciam mais aconchegantes do que qualquer braço materno. Ao pensar nela eu sorria...e mais uma vez descobria uma possibilidade de erro. Nem o direito de morrer me era dado. Quando finalmente descobri a forma perfeita, repassei-a inúmeras vezes e vi que daria certo. Com carinho preparei o material de minha libertação e por dentro antegozava o prazer da liberdade. Nesse dia aconteceu algo tão escabroso, que outras pessoas me tiraram a pior parte do meu fardo de espinhos e me conduziram aos profisssionais que estão me ajudando. Mesmo assim ainda existe um cabo de aço me prendendo ao passado, que ninguém pode desprender, a não ser a própria vida. Quase não penso mais em morrer, mas ainda não comecei a viver. Às vezes penso que ainda serei feliz, mas não vejo como. Meus frágeis castelos de areia desabam todas as vezes que tento levantá-los. Até quando?